quinta-feira, 10 de setembro de 2009

IRENA SENDLER: A MÃE DE TODOS OS MENINOS

Enquanto a figura de OSCAR SCHINDLER era aclamada por meio mundo, graças a Steven Spielberg que nele se inspirou para fazer o filme que conseguiu 7 Óscares em 1993, narrando a vida deste industrial alem do que evitou a morte de 1.000 judeus nos campos de concentração , IRENA SENDLER era uma heroina desconhecida fora de Polónia e apenas reconhecida no seu pais por alguns historiadores, já que os anos de obscurantismo comunista haviam apagado a sua façanha dos livros de historia oficiais. Ela nunca contou a ninguém nada da sua vida durante aqueles anos.
Em 1999 a sua historia começou a se conhecer e foi graças a um grupo de alunos de um Instituto de Kansas e ao seu trabalho de final de curso sobre os heróis do Holocausto. Na investigação deram com poucas referencias sobre Irena e só existia um dado surpreendente: tinha salvado a vida de 2.500 meninos.
Como e possível que só existisse informação sobre uma pessoa assim?
Mas a maior surpresa chegou quando após buscar o lugar da tumba de Irena, descobriram que não existia porque ela ainda vivia, e de fato ainda vive.
Hoje e uma ânsia de 97 anos que reside num Asilo do centro de Varsóvia num quarto onde nunca faltam flores e cartões de agradecimento do mundo inteiro.






Começou a tira-los em ambulâncias como vitimas de tifos, mas logo a seguir se valeu de tudo o que estivesse ao seu alcance para esconde-los e tira-los dali: cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas, ataúdes... Nas suas mãos, qualquer coisa se transformava numa via de escape.
Conseguiu recrutar ao menos uma pessoa de cada um dos dez centros do Departamento de Bem-estar Social.
Com a ajuda dessas pessoas elaborou centros de documentos falsos, com assinaturas falsificadas, dando identidade temporária aos meninos judeus.
Irena vivia os tempos da guerra pensando nos tempos da paz. Por isso não se cansava em manter com vida esses meninos. Queria que um dia pudessem recuperar os seus verdadeiros nomes, a sua identidade, as suas histórias pessoais, as suas famílias. Foi quando inventou um arquivo que registava os nomes dos meninos e as suas novas identidades.
Anotava os dados em pedaços pequenos de papel que enterrava, dentro de potes de conserva, debaixo de um amontoado de macas, no jardim do seu vizinho.
Aguardou sem que ninguém suspeitasse o passado de 2.500 meninos... até que os nazis se foram embora.
Um dia, os nazistas souberam das suas atividades.
Em 20 de Outubro de 1943, Irene foi detida pela Gestapo e levada a prisão de Pawiak onde foi brutalmente torturada.
Num colchão de palha da sua cela, encontrou uma estampa de Jesus Cristo. E ficou com ela como resultado de uma casualidade miraculosa naqueles duros momentos da sua vida, até o ano de 1979 em que se desfez dela dando-a de presente a João Paulo II.
Irena era a única que sabia os nomes e onde se encontravam as famílias que albergaram aos meninos judeus; suportou a tortura e se recusou a trair seus colaboradores ou a qualquer dos meninos ocultos. Quebraram-lhe os pés e as pernas, alem de sofrer inúmeras torturas. Mas ninguém conseguiu quebrar a sua vontade. Foi sentenciada a morte. Uma sentença que nunca chegou a cumprir-se porque a caminho do lugar da execução, o soldado que a levava a deixou escapar. A resistência o tinha subornado porque não queriam que Irene morresse com o segredo da localização dos meninos.
Oficialmente ela constava nas listas dos executados. A partir de então, continuou trabalhando, mas com uma identidade falsa.









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